TCM promove encontro para tentar reduzir número de prefeituras com as contas rejeitadas
Nenhuma prefeitura da Bahia teve as contas do exercício de 2009 aprovadas na íntegra pelo Tribunal de Contas dos Municípios (TCM). Nem mesmo a prefeitura da capital, que supostamente tem mais recursos técnicos e humanos para fazer cumprir as exigências da legislação brasileira sobre os gastos públicos.
Para enfrentar essa realidade e prestar orientações aos prefeitos sobre as diretrizes estabelecidas pelo Tribunal de Contas dos Municípios para a aprovação das contas municipais, acontece nesta segunda-feira (18) e na terça, no Centro de Convenções, em Salvador, um encontro técnico com palestrasque ajudarão os gestores a evitar transgressões à legislação, sobretudo à Lei de Responsabilidade Fiscal e a Lei de Licitações.
O encontro é uma iniciativa da União dos Municípios da Bahia (UPB) em parceria com o TCM. Ao melhorar o preparo técnico das contas dos municípios baianos, a UPB e o TCM querem eliminar as principais causas de rejeição de contas dos gestores pelos órgãos de controle externo.
A solenidade de abertura, às 9 horas, teve a presença do governador Jaques Wagner, seguindo-se palestras do procurador-geral do Estado, Welington Lima, do ministro Aroldo Cedraz, do Tribunal de Contas da União, e do conselheiro José Alfredo Rocha Dias, do TCM.
Pouco antes da abertura, o prefeito de Salvador, João Henrique, que também teve as contas de 2009 rejeitadas pelo TCM, mas recorreu à Justiça comum para tentar anular a decisão do colegiado, queixou-se à imprensa do rigor da lei e defendeu mudanças na legislação acerca dos percentuais fixados relativos a gastos municipais.
“É necessária uma maior flexibilização. Por exemplo, os gastos com folha de pessoal têm um teto de 60%. Alguns casos, obviamente, não todos, podem ser até menores. Mas o que defendo é uma maior flexibilização, uma margem em alguns números estabelecidos, afinal, a realidade da arrecadação dos municípios do Sudeste, por exemplo, é diferente da arrecadação dos municípios do Nordeste”, opinou.
O Encontro de Orientação do TCM Com os Gestores Municipais trará vários temas para discussão nestes dois dias, entre os quais estão o controle interno de obras, limites constitucionais, licitações e contratos, Sistema Integrado de Gestão e Auditoria e gastos com o Poder Legislativo.
Contas rejeitadas – Em 2010, o Tribunal de Contas dos Municípios julgou as prestações de 415 prefeituras e 417 câmaras, referentes ao exercício de 2009 – as contas de Porto Seguro e Irajuba ficaram para ser julgadas no ano seguinte.
Em relação às prefeituras, 99 foram rejeitadas, 316 aprovadas com ressalvas e nenhuma aprovada na íntegra. Quanto às câmaras, 55 foram rejeitadas, 352 aprovadas com ressalvas e 10 aprovadas na íntegra.
No exercício de 2008, o TCM também rejeitou um expressivo de contas de prefeituras baianas. Das 417 prefeituras, 195 tiveram as contas rejeitadas; outras 185 obtiveram a aprovação com ressalvas, dentre essas o município de Salvador; apenas Feira de Santana e Ipirá tiveram as contas integralmente aprovadas.